Palestra do Presidente da IMMP – Rev. Carlos Eduardo Luciow

CULTO MENSAL DE AGRADECIMENTO DEDICADO À AGRICULTURA NATURAL MESSIÂNICA

SEDE CENTRAL – SETEMBRO 2022

PALESTRA DO PRESIDENTE DA IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGAL
REVERENDO CARLOS EDUARDO LUCIOW


Bom dia!

Como os senhores estão a passar? Estão todos bem?

Em nome de Deus e Meishu-Sama, gostaria de agradecer a vossa sincera dedicação que nos possibilita expandir cada vez mais a Obra Divina em toda a Europa! Muito obrigado!

Gostaria também de dar as boas-vindas a quem está a assistir a este Culto pela primeira vez e a todos os membros e frequentadores que estão a participar nesta transmissão online, tanto em Portugal, como em outros países. Do exterior, estamos a receber presencialmente um membro de Moçambique.

Sejam todos muito bem-vindos! (Palmas)

Do dia 12 ao dia 22 de agosto, estive a visitar os Núcleos de Johrei em França.

No Núcleo de Johrei de Nîmes, que funciona na casa da família Sabatier, em Saint-Marcel-de-Careiret, foi realizado o Culto Mensal de Gratidão, duas Outorgas da Luz Divina – Ohikari, Dai Johrei Kai (Grande Encontro de Johrei), estudo dos Ensinamentos com perguntas e respostas, vivência de Horta Caseira e confeção de Flores de Luz.

No Núcleo de Johrei de Paris, que funciona na casa da família Sakaguchi, em Champigny-sur-Marne, foi realizado o Culto Mensal de Gratidão com a Entronização do novo Altar, Outorga da Luz Divina – Ohikari e estudo dos Ensinamentos com perguntas e respostas.

No Núcleo de Johrei de Bordeaux, que funciona na escola de dança da família Cavalcante, em Blanquefort, foi realizado o Culto Mensal de Gratidão, Outorga da Luz Divina – Ohikari, Dai Johrei Kai (Grande Encontro de Johrei), estudo dos Ensinamentos com perguntas e respostas, vivência de Horta Caseira e confeção de Flores de Luz.

No total, encontrei e transmiti Johrei a 44 pessoas: 35 membros (dois da Bélgica), 5 frequentadores e 4 pessoas pela 1ª Vez. Pude constatar que todos se estão a esforçar, com Makoto, em prol da expansão da Obra Divina, através da prática do Johrei e dos Ensinamentos de Deus revelados a Meishu-Sama! Agradeço o carinho e a hospitalidade com que me receberam, muito obrigado! (Palmas)

Ontem, para nos prepararmos da melhor forma possível para o Culto Anual pela Salvação dos Antepassados, realizámos, com dois meses de antecedência, por videoconferência, o Seminário Nacional de preparação contando com a participação de mais de 100 membros de todo o país. Após a oração de abertura, ouvimos maravilhosas experiências de fé, orientei como nos devemos preparar para este importantíssimo Culto e, de seguida, os participantes foram divididos em grupos de estudo, liderados pelos Ministros, onde puderam aprofundar o tema, apresentar dúvidas e criar objetivos práticos para esta preparação. Por fim, ouvimos as conclusões de cada grupo e esclareci as dúvidas apresentadas.

Apesar de ter sido realizado online, o clima de alegria e entusiasmo por parte de todos foi contagiante. Tenho a certeza de que será uma grande preparação, que nos irá proporcionar excelentes resultados! Parabéns a todos os participantes! Aproveito para comunicar que esta mesma preparação, será feita nos mesmos moldes pelos Ministros supervisores de cada país, em datas e horários a combinar e, em Portugal, pelos Ministros nas respetivas Unidades Religiosas, através dos estudos mensais.

O Culto Mensal de hoje é especialmente dedicado à Coluna de Salvação da Agricultura Natural Messiânica e, para expressar a nossa gratidão, colocámos no Altar produtos cultivados pelos membros, oriundos das hortas caseiras da Sede Central e de todas as Unidades do país. (Palmas)

Com muita alegria, precisamente no dia de hoje, gostaria de apresentar o primeiro Manual de Agricultura Natural e Horta Caseira da Igreja Messiânica Mundial de Portugal. Baseado nos Ensinamentos de Deus revelados a Meishu-Sama, foi elaborado de acordo com as características do solo, clima e culturas do nosso país. Além disso, é um guia prático de como desenvolver esta importantíssima Coluna de Salvação.

Agradeço sinceramente à Comissão de Agricultura Natural e a todos os que prestaram a sua preciosa colaboração na realização deste importante manual! (Palmas)

Até se desenvolver a agricultura, há cerca de 10 000 anos, o ser humano era nómada e vivia da caça, da pesca e da coleta de frutos, raízes, sementes, grãos, etc. Através da prática agrícola e da domesticação de animais, o Homem fixou-se e, a partir daí, sendo a produção de alimentos garantida pelos agricultores, proporcionou-se o desenvolvimento de outras profissões, impulsionando o crescimento das cidades e, com estas, o progresso da cultura. Na prática, basta observar as grandes metrópoles europeias: Paris, Londres, Roma, Viena, Lisboa, etc., que se desenvolveram não só em terras férteis, mas também à beira de rios, para a irrigação agrícola. Na época, sendo o alimento o bem mais precioso, a posse de terras férteis era sinónimo de riqueza e poder. Por este motivo, a terra foi, desde sempre, a causa de disputas, discórdias e sofrimentos. Quantas famílias se dividiram, quantos irmãos se tornaram inimigos na hora das partilhas? Muitos dos nossos Antepassados sofreram, mataram e morreram por causa de um pedaço de terra, pois não a viam como uma bênção de Deus, mas apenas como um bem pecuniário. Muitos partiram para o Mundo Espiritual levando consigo esse sofrimento e apego. Através da prática da Agricultura Natural, além de desenvolvermos o sentimento de amor e gratidão pela terra, resgataremos também esses sofrimentos dos nossos Antepassados.

Entretanto, na antiguidade, o Homem sempre teve um sentimento religioso em relação à Mãe Terra e à agricultura.

Os senhores já ouviram falar do mito de Deméter? Resumidamente, na mitologia grega, ela é uma das doze divindades do Olimpo e, entre outras coisas, deusa da agricultura, que ensinava os homens a cuidar da terra e das plantações. A sua filha Perséfone foi raptada por Hades e levada para o mundo subterrâneo. Desolada com a falta da filha, saiu do Olimpo e, por esse motivo, interrompeu-se a produção agrícola. A vida foi quase extinta, a terra ficou estéril e com tanta fome no mundo, os homens suplicaram a Zeus para resolver o problema. Assim, foi feito um acordo entre Zeus e Hades, de que ela passaria 3 meses com ele no mundo subterrâneo e os restantes 9 meses do ano, sobre a Terra, com a mãe.

Esta é a explicação mitológica para as quatro estações do ano: o inverno reflete a tristeza da mãe pela falta da filha, a primavera, a alegria pelo seu retorno, o verão, a felicidade plena pela sua companhia e, o outono, a melancolia pela iminência da sua inevitável partida.

A este respeito, Meishu-Sama, no Ensinamento “O Planeta Terra respira”, do Alicerce do Paraíso vol. V, edição portuguesa, orienta-nos que a respiração é uma propriedade de todos os seres, até mesmo dos vegetais e dos minerais e, inclusive, do próprio Planeta Terra.

“A Terra respira uma vez por ano. Na primavera, começa a expirar e tal processo atinge o ponto máximo no verão. O ar que ela expira é cálido, como a respiração do ser humano, e isso deve-se à irradiação do próprio calor da Terra. Na primavera, essa irradiação é mais intensa, e tudo começa a ser formado, começando pelas plantas e pelas árvores. Nesta estação, todas as coisas desenvolvem-se em direção ao céu e o ser humano também se sente mais animado. Com a chegada do verão, a vegetação torna-se mais viçosa e chega ao seu ápice. A partir de então, a Terra começa a inspirar, a vegetação seca e as folhas começam a cair. Todos os seres entram num processo de declínio e o próprio ser humano, torna-se mais sereno. O inverno é quando esse estado alcança o ponto culminante. Assim é a Grande Natureza.”

Meishu-Sama ensina-nos que nada poderia existir neste mundo sem as benesses da Grande Natureza, ou seja, nada nasceria nem se desenvolveria sem os três elementos: fogo, água e terra. Em termos científicos, estes correspondem, respetivamente, ao oxigénio do fogo, ao hidrogénio da água e ao azoto da terra. Na agricultura, não existe um único produto que não dependa destes três elementos.

Depois de plantados e cultivados, os alimentos absorvem a energia do solo, que posteriormente é transmitida ao Homem. Esta energia, junto com o amor na preparação dos alimentos, nutrem o espírito do ser humano. Desta forma, é preciso desenvolver o sentimento de gratidão pela terra e por todas as pessoas que se dedicaram para que os alimentos chegassem até ao nosso prato.

Para se ter uma ideia, o ideograma japonês da palavra “arroz”, é inspirado no número 88, pois, segundo eles, do seu plantio até chegar à nossa mesa, esse alimento passa por 88 mãos, a quem devemos profunda gratidão. Este sentimento perdeu-se a partir do momento em que passámos a comprar os produtos nos supermercados, dentro das respetivas embalagens. Tendo perdido o contacto com a terra e com o produtor, achamos que temos alimentos porque temos dinheiro para comprá-los. Mas, na verdade, por mais ricos que possamos ser, sem a terra e sem os agricultores, morreríamos de fome.

A este respeito, Meishu-Sama escreveu o seguinte poema:

“Chegou a hora de salvar os agricultores, respeitados como grande tesouro desde os tempos antigos.”

No Ensinamento de hoje, Meishu-Sama orienta-nos o seguinte:

“Com o avançar da Nova Era, aumenta a atuação do espírito do fogo. Trata-se de uma energia espiritual purificadora, que influencia o aspeto físico da vida, em proporção à sua intensidade (…) O crescimento do fogo espiritual afeta todos os aspetos da vida, de um modo ou de outro.”

Este aumento da Luz, nas culturas agrícolas, pode ser constatado na proliferação de pragas, que surgem para eliminar as toxinas das plantas. Por desconhecerem este princípio, os agricultores usam cada vez mais agroquímicos que, por sua vez, produzem ainda mais toxinas e, consequentemente, pragas cada vez mais nocivas, entrando assim num círculo vicioso. Para as combater, aplicam também inseticidas, que fazem com que elas se multipliquem e fortaleçam.

Sendo o Homem um ser integrante da Grande Natureza, está à mercê do mesmo princípio: à semelhança do que ocorre com as plantas, a variedade, intensidade e número de doenças aumentam à medida que são usados medicamentos mais fortes.

O acúmulo de toxinas também tem um limite. De acordo com as Leis da Natureza, onde quer que se acumulem elementos prejudiciais, produzir-se-á, automaticamente, uma atividade purificadora para eliminá-los. Desta forma, quando há um desequilíbrio em qualquer elemento natural, desencadeia-se a respetiva atividade purificadora para promover o reequilíbrio.

A soma dos desequilíbrios individuais provoca o desequilíbrio global, constatado nas catástrofes naturais que vemos atualmente: incêndios, inundações, escassez de água, etc.

Durante a Era da Noite, como o poder purificador era mais fraco, a eliminação das toxinas processava-se mais lentamente, sendo possível inclusive a sua solidificação. Com o aumento da energia espiritual do elemento fogo, todas as toxinas serão dissolvidas, eliminadas e os métodos supressivos perderão a sua eficácia.

Meishu-Sama conclui este Ensinamento com a seguinte frase:

“O mundo inteiro compreenderá, então, que o único meio para se formar uma sociedade realmente feliz, consiste em recorrer à Luz Divina para a elevação espiritual e eliminação das condições negativas.”

A esse respeito, no Culto de hoje, ouvimos a maravilhosa Experiência de Fé da Sra. Iva da Fonseca que, com o desejo de vir para Portugal com a sua filha, necessitava de uma autorização do pai da criança. Após inúmeras tentativas e não conseguindo localizá-lo, deixou a filha em São Tomé e Príncipe com familiares.

Mudando-se para Lisboa, deu continuidade às práticas básicas da Fé Messiânica através da participação nos Cultos, da assistência religiosa, da dedicação de limpeza, da prática dos donativos de gratidão, da confeção e distribuição de Flores de Luz nas ruas e da prática da Horta Caseira nos lares das pessoas que acompanha. Todas estas dedicações sempre lhe deram muita força e coragem para cumprir a sua missão.

Entretanto, no Núcleo de Johrei da Alta de Lisboa onde ela dedica, com o desejo de colocarem em prática a Coluna da Agricultura Natural de uma forma mais ampla, conseguiram um espaço de 150 m2 num parque agrícola.

Mesmo feliz e entusiasmada, por vezes, não conseguia manter a regularidade na prática que esta Coluna da Salvação exige: acompanhamento, rega, limpeza do terreno, etc. Em conversa com o ministro, este orientou-a sobre a necessidade de se comprometer com as tarefas desta dedicação. Ela assumiu esse compromisso e, perante um terreno muito sedimentado e cheio de pedras, encarou a dedicação como uma oportunidade única de purificar as nuvens espirituais oriundas de muitos Antepassados.

A partir do momento em que alinhou o seu Sonen com o do seu orientador e passou a dedicar com afinco, inesperadamente, foi contactada por um dos seus familiares a perguntar-lhe que “feitiço” tinha feito, pois, após 12 anos de ausência, o pai da sua filha, por iniciativa própria, voltou a procurá-la. Ela nem podia acreditar em tamanho milagre de Deus e Meishu-Sama!

Atualmente, ele já enviou o documento de autorização para a menina viajar e até se prontificou a participar financeiramente na compra do bilhete! O que os senhores acham? Incrível, não é?

Além da soma de todas as suas práticas na Fé, este resultado deve-se também ao seu compromisso e esforço incansável de enfrentar as condições adversas na prática da Agricultura Natural.

Para concluir, gostaria de confirmar a importância do Culto que realizámos hoje, dedicado a esta maravilhosa Coluna de Salvação. A terra é capaz de decompor todas as coisas que recebe, como folhas secas, animais mortos, etc., transformando-os em energia, que servirá de nutriente para que as flores cresçam belas e perfumadas e as árvores e plantas possam gerar alimentos saborosos e nutritivos.

Nós, além dos elementos fogo e água, também somos constituídos pelo elemento terra. Muitas vezes, por egoísmo e apego, conservamos no nosso interior amarguras, tristezas, deceções e não as deixamos “decompor”, não conseguimos transformar as experiências negativas do passado em “perfume” e “frutos saborosos” para o presente e futuro. Onde quer que estejamos, através da prática da fé altruísta e do sentimento de gratidão, conseguiremos promover essa transformação no nosso interior e na nossa relação com quem convivemos.

Nestes dois meses que faltam para o Culto Anual pela Salvação dos Antepassados, vamos esforçar-nos, de corpo e alma, numa esmerada preparação que englobe a prática do Johrei, do Belo e da Agricultura Natural.

Muito obrigado e um bom mês a todos!