Palestra do Presidente da IMMP – Rev. Carlos Eduardo Luciow

CULTO ANUAL PELA SALVAÇÃO DOS ANTEPASSADOS

SEDE CENTRAL – NOVEMBRO 2022

PALESTRA DO PRESIDENTE DA IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL DE PORTUGAL
REVERENDO CARLOS EDUARDO LUCIOW


Bom dia!

Como os senhores estão a passar? Estão todos bem? Em nome de Deus e Meishu-Sama, gostaria de agradecer a vossa sincera dedicação que nos possibilita expandir cada vez mais a Obra Divina em toda a Europa! Muito obrigado!

Gostaria também de dar as boas-vindas a quem está a assistir a este Culto pela primeira vez e a todos os membros e frequentadores que estão a participar nesta transmissão online, tanto em Portugal, como em outros países. Do exterior, estamos a receber presencialmente membros vindos de Angola e do Brasil.
Sejam todos muito bem-vindos! (Palmas)

Congratulações a todos pelo Culto Anual pela Salvação dos Antepassados! Acredito que como eu, todos os senhores também sentiram uma forte emoção e uma força muito grande durante a oração e o Johrei. Tenho a certeza de que isso é fruto da gratidão dos nossos queridos Antepassados por terem sido lembrados e sufragados, com tanto amor, no dia de hoje.

Receberam no Mundo Espiritual a nossa sincera gratidão e com isso se elevaram, se alegraram e a felicidade deles reflete-se em nós em forma de emoção. Houve pessoas que enxugavam as lágrimas, mas não são lágrimas de pesar, são lágrimas de felicidade e gratidão pela Luz que eles receberam. Também, durante a oração, lembrei com muita gratidão de todos os reverendos, ministros, missionários e membros pioneiros da nossa Igreja que dedicaram a sua vida pela difusão da nossa amada Fé Messiânica. Graças a eles, herdamos essa preciosa bagagem espiritual que nasceu do esforço, sacrifício, amor e muita dedicação, e assim, seguindo os seus passos, assumimos o compromisso de nos esforçarmos para enriquecê-la cada vez mais e, como pioneiros de uma nova era, transmiti-la às gerações futuras. A todos eles, a nossa eterna gratidão! (Palmas)

Meishu-Sama, no Ensinamento “A causa das doenças, os pecados e as impurezas”, do Alicerce do Paraíso vol. 3, edição portuguesa, orienta-nos:

“Nós, que estamos vivos, não somos seres surgidos do nada, sem relação com nada. Na verdade, somos a síntese de milhares de Antepassados e existimos como seres vivos, na extremidade de uma sequência infinita de vida. Numa visão mais ampla, somos uma existência individualizada no tempo, como um elo de uma corrente, que une os Antepassados com os descendentes. Em sentido restrito, somos uma peça destinada a firmar a ligação entre os nossos pais e os nossos filhos.”

Ao refletir sobre este Ensinamento, podemos constatar que os nossos pais são dois; os nossos avós, quatro; os nossos bisavós, oito; e assim sucessivamente. Se contarmos quantos Antepassados temos em dez gerações, este número ultrapassa a casa dos mil. Na 20ª geração, excede a casa de um milhão. Se somarmos todos os Antepassados em vinte gerações, são mais de dois milhões.

Alguns estudiosos consideram uma geração o período de trinta anos, outros, quarenta anos; então, 20 gerações equivalem a voltar no tempo de 600 a 800 anos. Se voltarmos atrás por milénios, esse número multiplica-se numa cifra inimaginável! No entanto, tendo em consideração que todos os habitantes do mundo de hoje têm esse mesmo número infindável de Antepassados, somando-os, sabemos que na antiguidade nunca existiu um número de pessoas tão elevado; pelo contrário, quanto mais voltamos no tempo, menos pessoas existiam sobre a Terra. Isso demonstra que toda a humanidade, remotamente, descende do mesmo número restrito de Antepassados. Por outras palavras, todos os seres humanos pertencem a uma só família!

Por falar em família, durante as reuniões de preparação para este importantíssimo Culto, assisti com os ministros ao filme de animação “Coco”, que os senhores talvez conheçam e já tenham assistido.

O enredo passa-se no México, no período de finados, no tradicional “Dia de los Muertos” e relata a história de um menino chamado Miguel, filho de uma família de sapateiros, que almeja seguir os passos do maior músico de todos os tempos, “Ernesto de La Cruz”, que ele acredita ser o seu trisavô. No entanto, a sua família não aceita esse sonho pois creem que aquele Antepassado abandonou a mulher e a filha pequena para se dedicar à música, nutrindo, por este motivo, uma grande mágoa por ele.
Mesmo contra a vontade da sua família, com o desejo de demonstrar a sua habilidade musical num concurso da praça da cidade, decide “pegar emprestado” o violão que estava guardado como uma relíquia no jazigo do famoso músico. Nesse momento, por magia, é transportado para o Mundo dos Mortos e depara-se com os seus entes queridos que lá se encontravam. Para seu desgosto, não recebeu o apoio de nenhum deles para seguir o seu sonho, pois eles também nutriam a mesma mágoa em relação ao trisavô. No decorrer da história, acaba por descobrir que o seu verdadeiro trisavô não tinha abandonado a família, mas sim, tinha sido envenenado pelo famoso músico para apoderar-se das suas canções. A partir dessa revelação, os Antepassados perdoaram o seu trisavô e deram ao menino a bênção para que voltasse ao Mundo dos Vivos e realizasse o sonho de ser cantor.

Além de ser um belo filme, muito bem feito, que aconselho a todos a assistirem, é também muito rico em vários detalhes, como por exemplo, o facto de somente os Antepassados que estão vivos na memória dos seus descendentes, recebem as oferendas nesse dia especial. Os que são lembrados com gratidão por muitas pessoas, como o músico famoso, vivem na fartura, e os que estão esquecidos, vivem abandonados, de forma miserável. Se fizermos uma analogia com a nossa grata fé messiânica, como são afortunados os Antepassados que foram por nós lembrados e convidados a estarem presentes no Culto de hoje, através dos formulários colocados no Altar, juntamente com a sincera gratidão materializada no donativo especial.

A respeito da relação com os nossos Antepassados, Meishu-Sama, no Ensinamento “Julgamento no Mundo Espiritual”, do Alicerce do Paraíso vol. 3, edição portuguesa, orienta-nos:

“Quanto mais os familiares lhes oferecerem ofícios religiosos feitos de coração, com todo o Makoto, ou então, pela soma de virtudes praticando o Bem, ajudando o próximo com amor e compaixão, a purificação do espírito será proporcionalmente acelerada. Por essa razão, a dedicação aos pais, a fidelidade ao cônjuge, etc., revestem-se de significado ainda maior após a morte. Por isso, os espíritos ficam muito contentes com os cultos de sufrágio que lhes são oferecidos em sua memória.”

Hoje é também um dia de reflexão sobre a nossa relação com os Antepassados. Nós somos um elo entre eles e os descendentes e conforme for o nível da nossa prática da fé, se for universalista, altruísta e baseada na soma de virtudes, conseguiremos não só salvar os Antepassados, como também, guiar os descentes ao Caminho da Felicidade.

No Ensinamento do Culto de hoje, “A respeito dos elos espirituais”, do Alicerce do Paraíso vol. 2, edição portuguesa, Meishu-Sama orienta-nos claramente:

“Os elos espirituais não ligam o ser humano apenas aos parentes próximos que estão vivos, eles também o ligam àqueles que se encontram no Mundo Espiritual.”

São os nossos Antepassados que nos guiam para a Obra Divina, onde, através da prática de virtudes e aprendendo a sufragá-los, podemos elevar todo o nosso tronco familiar. Porém, se ficarmos presos somente à solução dos problemas, sem nos tornarmos altruístas, virtuosos e dedicados à felicidade do próximo, não só não os resolveremos como também estaremos traindo a expetativa que os Antepassados depositaram em nós, quando nos encaminharam à prática da fé. Temos de nos tornar numa pessoa que se dedica à salvação dos outros através do Johrei, da difusão dos Ensinamentos de Deus revelados a Meishu-Sama, do Belo de alto nível e da Agricultura Natural Messiânica, enfim, por meio das Colunas de Salvação.

Infelizmente, algumas pessoas ainda cultuam os Antepassados com o sentimento de resolver problemas, atribuindo-lhes a causa dos seus sofrimentos, sendo que, os únicos e verdadeiros sentimentos com que devemos cultuá-los é por amor e gratidão. Em primeiro lugar, a gratidão por termos nascido neste mundo: recebemos de Deus, a Alma, um corpo físico dos nossos pais, que são os nossos Antepassados mais próximos, e também, um Espírito Protetor Guardião, que é um Ancestral de alto nível espiritual, que nos acompanha durante toda a nossa vida com a missão de nos guiar à prática do bem.

Não podemos deixar de reconhecer e agradecer-lhes por tudo que atualmente usufruímos com naturalidade, como se desde sempre tivesse existido, mas que, na verdade, herdamos dos Antepassados: a religião, a cultura, a língua, as artes, a agricultura, a ciência, a arquitetura, os meios de transporte, a tecnologia, os meios de comunicação, etc., foram sendo descobertos e aperfeiçoados de geração em geração, até aos dias de hoje. O materialismo leva-nos a pensar que temos tudo isso porque temos dinheiro, mas se não fossem todos os Antepassados que se sacrificaram em prol destas descobertas, por mais ricos que fôssemos, não estariam à nossa disposição pois não existiriam. Prova disso é que, no passado, aos reis e aos nobres, riqueza não faltava e ainda assim, andavam de carroça mesmo que revestidas de ouro.

Hoje ouvimos a maravilhosa Experiência de Fé da Anna Flávia Lopes, que recebeu do Ministro, pela primeira vez, o convite para realizar no seu lar o Culto Mensal de outubro, do Núcleo de Johrei de Braga. Ela e o marido ficaram muito felizes e começaram a pensar em como melhor receber as pessoas. Lembrou-se da orientação da Sede Central de como deveríamos nos preparar para este importante Culto Anual pela Salvação dos Antepassados e, entre as várias dedicações, a que mais lhe chamou a atenção, visto o momento que estava a viver, foi a limpeza profunda da casa.

Começou por tirar tudo para fora dos móveis, das gavetas, etc. e fez uma seleção do que já não usava para ser doado, deitando fora o que não prestava. Sentiu-se bem e teve vontade de fazer alguns melhoramentos na casa que vinham sendo sempre adiados, por falta de tempo ou dinheiro. Reforçou e envernizou o móvel do Altar e reformou também as cadeiras da sala, para torná-las mais bonitas e confortáveis para as pessoas que fossem participar no Culto Mensal.

Este sentimento de oferecer o melhor para Deus e Meishu-Sama, pensando na felicidade das pessoas que viessem participar no Culto, deu-lhes a permissão para que conseguissem fazer todas as melhorias que há muito desejavam. A família para quem foi trabalhar, de forma inesperada, ofereceram-lhes móveis de melhor qualidade, que lhes permitiram mobilar toda a casa. Ela afirma que bastava pensar em algo para melhorar ou tornar a casa mais bela para o Culto, como por exemplo, a iluminação do Altar, que o dinheiro logo aparecia, tal como se sucedeu com um pagamento atrasado que já nem sequer lembrava.
O marido, apesar de estar a trabalhar, também se empenhou bastante, com grande satisfação, ajudando na mudança dos móveis, pintando a fachada da casa e apoiando-a em tudo o que ela desejava fazer. Entretanto, nesse período, foi despedido e rapidamente contratado para outro trabalho, com melhores condições.

Precisamente na semana do Culto, aconteceu outra situação inesperada, algo que em 5 anos a morar naquela casa ela nunca tinha visto: numa manhã bem cedo, acordou com o barulho dos funcionários da câmara a limpar a rua que já estava suja há bastante tempo, tendo ficado logo com outro aspeto, nem parecendo a mesma. Interessante como a limpeza espiritual que ela começou na sua casa, acabou por se refletir na rua e na vizinhança.

No dia do Culto Mensal, recebeu a gratidão de todos os presentes que, sem saberem de toda esta preparação, relataram que sentiram muito amor e serenidade. Uma vizinha participou pela primeira vez e gostou muito! Por fim, constatou que quando realmente queremos fazer algo em prol da felicidade das outras pessoas, Meishu-Sama dá-nos os meios de que precisamos.

Esta experiência é a confirmação do que falei anteriormente, ou seja, a partir do momento em que, com o sentimento de servir a Deus e a Meishu-Sama, ela buscou criar as condições de oferecer o melhor para os outros, os seus problemas solucionaram-se de uma forma natural.

Acredito que, tal como a Anna Flávia, muitos dos senhores também tiveram excelentes resultados com esta prática e pediria que seguindo o seu exemplo, também compartilhassem com os vossos ministros as experiências vividas. Quem ainda não fez a limpeza profunda ou, por qualquer motivo, não conseguiu concluí-la, ainda está em tempo de a fazer, com todo o esmero, até ao dia 31 de dezembro, como preparação para receber o próximo ano com muita Luz.

Como de costume, no dia 3 de dezembro, às 15h00, vamos realizar online o Seminário Nacional de preparação para o Culto do Natalício de Meishu-Sama. As vagas são limitadas, por isso, inscrevam-se desde já com os vossos ministros.

Para concluir, objetivando essa importante preparação, vamos desde já estudar com afinco as Reminiscências sobre Meishu-Sama, buscando conhecer a Sua Divindade e o Seu exemplo de pragmatismo dos Ensinamentos que Lhe foram revelados por Deus.

Despeço-me com um forte abraço e um bom mês a todos!